Uma renovação assustadora

É mais que clara a evolução dos meios de comunicação atualmente. Pode-se ler as notícias em um jornal, ouvir os detalhes no rádio, conferir as imagens exclusivas pela TV, acompanhar a saga pela internet, que é atualizada a cada minuto e, em breve, interagir com a notícia através da TV Digital.
Com a onda de Blogs e diários virtuais, a internet se tornou a maneira mais simples de escrever e manifestar opiniões diversas. Hoje em dia muita gente tem acesso ao mundo virtual e todo grande veículo de comunicação usa e abusa da internet. Aliada ao domínio das programações frívolas e perecíveis da TV, a rede mundial de computadores também oferece uma nova mania: a redefinição do vocabulário.
Sim, redefinição. Hoje em dia muitas coisas deixaram de significar o que realmente são e passaram a ser sinônimos e até antônimos de muitas outras palavras. Exemplo: sinistro pode ser assustador, bom, maravilhoso, ruim, e uma gama imensa de opções de significado.
Interessante? Talvez. Assustador? Sim. Estamos a beira da “criação de uma nova língua”, um dialeto dentro da língua portuguesa, que é alimentado pela televisão, que oferece programações com inúmeros programas de fofoca, onde a beleza está em criar novas expressões. E outro fato, no mínimo lamentável, é a nova relação de significado de palavras e frases. Se alguém te chamar de rebelde, o que vem primeiro à sua mente: que é alguém que não respeita o sistema, que luta contra algo ou a figura de um estudante adolescente que usa gravatinha vermelha? E o que dizer quando os jornais estampam em suas capas o que acontece em novelas ou o fato de que o ator da Globo estava embriagado ontem? É triste.
A mudança já está em um estágio muito avançado para que se possa fazer algo. Fato é que as novas gerações crescerão e aprenderão novos significados para aquilo que nos tem um sentido diferente. Um sentido talvez certo. Um sentido que é, no mínimo, compreensível. Não resta muito a fazer senão continuarmos escravos da programação da televisão, que a cada dia nos mostra o que é “certo”, o que amar, o que odiar, o que vestir, o que comer, o que valorizar, o que desvalorizar. Enfim, como viver. Para terminar, uma expressão: Agenda Setting. Sabem o que é? É simplesmente a grande mídia determinando o que é bom e ruim e definindo o que deve ser discutido pela sociedade. Bem vindos, estamos em um mundo comandado por uma Agenda Setting. Apertem os cintos, o passeio é longo, sinuoso e não tem previsão de volta...