domingo, agosto 20, 2006

O que Trish Fez - O Trauma

Estreiando aqui a série "O que Trish fez", uma reunião de contos que estou fazendo sobre Trish Redmore, uma adolescente perturbada e cheia de mistérios.
Esse é o primeiro capítulo. Espero que gostem. Vou colocando aos poucos aqui. Não deixem de comentar e mandar opiniões!
1 - O trauma

O vento gelado no fim daquela tarde anunciava que a noite não seria fácil. E ela sabia disso. O joelho ainda doía. Foi um tombo feio. Mas nada do que sentia se comparava ao que tinha acontecido com Marla. Meu Deus, Marla! Por que a bela ruivinha tinha de acompanhá-la em todas as suas aventuras? As conseqüências seriam terríveis. Ninguém poderia saber, ninguém!
Trish sabia o que fazer: ficar em silêncio. Apenas o silêncio poderia salva-la e consola-la. “É isso mesmo. O que está feito, está feito. Não posso voltar atrás, mas agora não agüentaria a culpa”, pensava. Mas o que poderia fazer? Certo, nunca pediu a Marla que a acompanhasse, mas ninguém acreditaria. Odiava a ruiva. As ameaças anônimas feitas também estariam vivas na memória. “Marla, cuidado: acidentes acontecem...”, dizia o último bilhete de Trish. Mas agora não queria ter escrito tais coisas.
Marla era diferente. Marla era especial. Apenas ela conseguia ouvir as vozes. Sim, as vozes. Eram 4 no total, e todas pediam ajuda. Mas Marla nunca contou a ninguém. Por isso que sua melhor amiga passou a odiá-la. Trish era rancorosa e geniosa. Tudo o que Marla escondia dela era considerado traição. Mas não falar das vozes foi demais.
- Não posso confiar em você Ma´! – disse Trish. Você vai sempre me ocultar as coisas importantes. Eu te odeio!
- Trish, por favor, eu não tenho culpa! Eu não queria escutar essas vozes...eu não sabia que podia...eu...eu...lamento.
Mas não podia perdoa-la. Trish sempre contou tudo a Marla. Não escondeu da ruiva o seu primeiro beijo, a sua primeira noite, os seus medos profundos, o vício, os anseios, os sonhos. E o que Marla faz? Não conta que podia ouvi-los! Não poderia olhar em seus olhos novamente. Se não forçasse a barra, talvez nunca descobriria que eles precisavam de ajuda...
A chuva batia diretamente em seu rosto, e o vento frio a fazia tremer. Fechou o longo sobretudo preto e abraçou o peito. Estava chegando em casa e ainda tinha sangue nas mãos. Os cabelos negros lisos caíam sobre seus belos olhos verdes. E inchados. Chorou muito. Não sabia se de medo ou de culpa. Talvez se não tivesse cobrado tanto de Marla. Pobre Marla. Seu único crime foi tentar preservar Trish de tristes revelações. Mas agora nada adiantava. Estava feito.
Lembrou de quando estavam no alto do morro. Lembrou do ódio que a consumia. Lembrou da frieza com que pulou sobre a pequena Marla Link. Um empurrão forte bastou para que a garota caísse. 10 metros. Ela não resistiu, caiu de mal jeito. Morreu na hora.
- Você...você não vai esconder isso de mais ninguém... – gritou Trish, antes de desequilibrar-se e também cair. Porém, sobreviveu a queda. Apenas um golpe forte no joelho a incomodava muito e ficou com escoriações por todo corpo.
Viu a placa. “Avenida Vivaldi, 187” pregada no longo muro de tijolos avermelhados. Chegara. O susto foi ainda maior quando viu a ambulância parada em frente de sua casa. “Será que sabem de Marla?”, pensava Trish. Começou a chorar. De medo, de apreensão, de culpa. Correu em direção a porta da casa. Passou pelo belo jardim que sua mãe não casava de elogiar. Viu os enormes arranjos de todos os tipos de flores. Rosas, margaridas, tulipas e outras que não conhecia. Passou pela horrenda escultura de um querubim bochechudo até, enfim, conseguir subir os 3 degraus da entrada da casa. Abriu a grande porta de mogno esbaforida e empapada em lágrimas. O susto na sala foi enorme.
- Trisha Redmore! O que em nome de Deus aconteceu!? – exclamou sua mãe, Robertha Redmore, de 34 anos, uma simpática e religiosa gordinha de olhos esverdeados.
- Ela ta morta, mãe! Ela ta morta! – gritava e chorava Trish.
- Quem está morta Trish?! Quem?
- Marla...
-Trish...Marla não pode estar morta...
- Por que não?
- Por que... Marla nunca existiu, filha...
Foi a última coisa que Trish ouviu antes de desmaiar pesadamente.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Alê, quero o 2º capitulo.. maneroo..=]
ta escrevendo bem hein..hehe
quando posta me avisa
bjoo

3:36 PM  
Anonymous Anônimo said...

nao posso exprimir minha opiniao sem palavras, entao: poorra! fodaço! hehehe...

5:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

digo... sem palavrões...

5:13 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ae cara, ficou show de bola... Vou acompanhando!
Abraço.

9:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

waaaaaaaaaaaaaal! caramaba, legal o fim deste capitulo! nyah~* inesperado!! =O oohhhhh

ps: só rpa quebrar o clima-suspense: eu cheguei ate a metade do texto imaginando uma Maria ¬¬' aff só eu mesma!! n_n' hihih

10:37 PM  

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